quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Espírito de Anne Katherine Parte 2-Final


Autora: Luciana

Fanfic: Supernatural

Censura: 16 anos


 

"Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.

Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome."

Salmo 23:2 e 3


 


Milford (Massachusetts)

Willow Hotel


Dean Winchester ainda estava com a foto de Anne Katherine Salle nas mãos. Sabia que o espírito dela estava envolvido com a morte de Rebecka Jewett. Mas não queria acreditar nisso. Ela aparentava ser frágil, e não vingativa. Mas não seria a primeira vez, que ele se enganaria com uma mulher. Dean riu ao se lembrar de que por pouco não chamou ela pra sair. Imagina só, ele saindo com um fantasma! Só ele mesmo pra fazer isso!

-Dean, temos que entrar na casa dos Jewett e encontrar o espírito de Anne Katherine. Com certeza, ela deve está na casa. – disse Sam.

-Eu sei. Vamos fazer isso hoje mesmo. Eu soube que eles vão passar três dias na casa de uma parente numa casa de campo. A casa vai ficar sem ninguém. – falou Dean se levantando da cadeira.

-Então, é melhor nos prepararmos.

Os irmãos Winchester pegaram as suas coisas de sempre, e saíram do hotel. A noite estava um pouco fria na cidade, quando eles entraram no carro. Dean resolveu não colocar música, não estava muito interessado em ouvir AC/DC naquela hora. O carro foi estacionado um pouco distante da casa, e seguiram à pé.

As luzes estavam desligadas. E Sam ligou a sua lanterna, assim como o seu irmão. Os dois conseguiram abrir a porta e entraram na casa. O silêncio tomava conta do local.

Agora com menos pressa, os dois prestaram mais atenção no que havia na casa. Na sala havia fotos da família, inclusive uma de Rebecka ainda criança.

Eles caminharam pela casa, foram até a cozinha e nenhum sinal do espírito de Anne Katherine.

Então subiram para o segundo andar, entraram no quarto do casal Artesia e Tom Jewett, e novamente não encontraram nada. Mas quando caminharam até o quarto de Rebecka, viram a sombra de um homem no local. Dean pegou a arma e atirou, e a sombra sumiu.

-O que foi aquilo? – perguntou Sam.

-Não sei, mas não era Anne Katherine. – falou Dean.

-Deu pra ver que era um homem. Quem será?

-Pelo visto temos mais um fantasma nesse caso.

Dean e Sam observaram o quarto em que a garota foi encontrada morta. Não havia nenhum cheiro diferente. Tudo estava arrumado. Sam mexeu em algumas fotos na parede, e nada que chamava a sua atenção. Havia um celular perto da cama, e Dean pegou. Ele mexia no celular, quando viu que tinha uma filmagem feita dias antes de Rebecka morrer.

A filmagem tinha sido feita na casa mesmo. Rebecka estava com a sua amiga Melissa na cozinha, e o som estava alto. Não sabia o nome da cantora, mas sabia que era "La solitudine". As garotas se divertiam tentando fazer um bolo. E Dean chamou Sam pra ver o que estava vendo no celular. E os dois ficaram surpresos, ao verem a sombra de um homem perto de Rebecka. Era um homem ainda jovem e com roupas antigas.

-Dean, você está vendo o que eu estou vendo? –disse Sam.

-Sim, é a mesma sombra que vimos no quarto. Sam, eu acho que esse fantasma estava perseguindo essa garota. E se foi ele quem causou a morte dela, e não Anne Katherine?

-Pode ser, Dean. Isso está ficando muito estranho. Me sinto num episódio de Arquivo X. – disse Sam.

-Só digo pra você, que eu sou Fox Mulder. Falando nisso, aquela Scully era uma gata! – falou Dean rindo.

-Isso não é hora pra brincadeira, OK! Vamos sair da casa, antes que os vizinhos percebam algo de estranho.

Os dois saíram da casa e foram para o carro. Quando entraram no carro, perceberam que havia alguém no banco de trás. Os dois pegaram as armas e quando olharam, ficaram surpresos. Era nada menos que Anne Katherine. Dean disse o nome dela, e o irmão ficou perplexo.

-Desculpe por assustá-los. – disse Anne Katherine numa voz suave.

-Você nos assustou sim, Anne. O que está fazendo aqui? –disse Dean.

-Quando você me viu e falou comigo na praça, fiquei surpresa. Então resolvi observar o que estava fazendo na cidade. Estive no hotel, e vi o que estão fazendo. Rebecka Jewett. Estão achando que eu fiz aquilo? Eu nunca faria nenhuma maldade com ninguém. – disse Anne Katherine olhando pra Dean.

-Você é um espírito, está morta e o que está fazendo aqui? –perguntou Sam.

- Nós poderíamos conversar em outro lugar? Eu acho que dentro de um carro, não é muito bom. – disse ela.

Dean e Sam se olharam, e resolveram voltar para o Willow Hotel. Os dois entraram no quarto e logo viram Anne Katherine sentada numa cadeira. Ela olhava as fotos antigas na mesa, e uma lágrima escapou de seus olhos.

-Sinto falta da minha vida. –confessou.

-Nós precisamos conversar, Anne. É meio estranho conversar com um espírito, mas esse é o nosso trabalho. Queremos saber se você é responsável pela morte de Rebecka. Ela morreu da mesma maneira que você. – disse Dean.

-Eu já falei. Não tenho nada haver com isso. Eu só apareci pra ela num sonho, tentei me comunicar com ela. Queria ajuda e nada mais.

-Ajuda? – questionou Sam.

-Sim. Eu estou presa nessa cidade. Não consigo encontrar o meu caminho. Eu me sinto presa naquela casa desde que...vocês sabem. Eu já vi muita coisa acontecer em Milford. Já vi várias famílias morarem naquela casa. Eu só quero seguir o meu caminho e não consigo. – disse com os olhos cheios de lágrimas.

Dean observou Anne e disse:

-Você se lembra do dia em que....

-Morri? Sim, no começo eu não lembrava de nada. Mas com o passar do tempo, as lembranças vieram em minha mente, creio. Era manhã de uma sexta-feira em 1937. Eu estava tomando o café da manhã no jardim, com o meu irmão David, a namorada dele, Isabelle e o meu outro irmão Edward. Estávamos alegres e conversávamos sobre algo que não lembro. Então chegou Brad..

-Brad? –perguntou Sam.

-Ele era o irmão mais velho de Greg Denson, meu ex- noivo na época. – respondeu Anne Katherine.

-Vocês se davam bem? – perguntou Dean.

-Na verdade não. Ele sempre foi contra o meu noivado com Greg, nunca soube o motivo. Naquela manhã, ele foi à minha casa, e disse que queria falar comigo. Só que depois disso, não me lembro de mais nada. A última lembrança que tenho, é de estar no jardim e me sentir muito mal.

-E Greg Denson? Por que terminou o noivado? – perguntou Sam.

-Eu estava confusa se queria me casar. Tinha 19 anos, e uma vida pela frente, e na verdade não queria casar tão cedo. Ele não aceitou o rompimento, mas acabou se conformando.

-Ele foi acusado de ter envenenado você, mas foi solto e nunca mais deu notícias. Você acha que foi ele? – perguntou Sam.

-Não, não creio nisso! Greg nunca faria isso. – respondeu Anne Katherine.

Dean mostrou a filmagem feita pelo celular de Rebecka e perguntou:

-Você reconhece esse que aparece perto da garota?

-Oh Meu Deus! É Brad, Brad Denson! O que ele está fazendo aí?

-Agora nós sabemos quem está por trás da morte de Rebecka. O espírito de Brad Denson. – falou Dean.

-Não pode ser! Brad? Por quê? – ela se perguntava enquanto via a filmagem.

-E se ele foi a pessoa que te envenenou em 1937? Você não consegue lembrar, não é? – questionou Sam.

-Não, não me lembro. Mas eu preciso voltar onde eu morri, e quem sabe se eu me lembro de alguma coisa. – Anne Katherine disse e sumiu rapidamente.


 

Sam e Dean ainda estavam perplexos. Tinham tido uma conversa amistosa com um espírito. Logo eles, que caçavam e não ficavam amiguinhos de espíritos. A situação era diferente. Anne Katherine era uma vítima e não a vilã da história. E eles tinham que resolver o caso e ajuda-la.

Enquanto Sam foi procurar onde Brad Denson tinha sido enterrado, Dean foi direto para a casa dos Jewett. Já estava amanhecendo em Milford, e eles nem haviam dormido.


 

Anne Katherine caminhava no jardim. As lembranças do passado vieram devagar. Ela se lembrou do cheiro das flores que haviam naquele jardim em 1937. As rosas que ela mesma tinha plantado aos 15 anos. O vento suave soprava naquele momento, quando uma voz masculina chamou o seu nome.

-Anne.

Ela olhou para trás e viu Brad Denson, o espírito dele.

-Brad?

-Quanto tempo, Anne!

-O que faz aqui?

-Estava te procurando.

-Pra quê? – perguntou um pouco assustada.

-Nesse tempo todo, eu não consegui te achar. Preciso confessar o que eu fiz e pedir perdão – Brad disse se aproximando dela.

-O que você fez, Brad?

-Eu nunca aceitei o seu noivado com o meu irmão, porque eu te amava desesperadamente. Queria você pra mim. Quando você terminou com Greg, achei que teria uma chance. Mas percebi que nunca iria ser minha. E o ódio tomou conta de mim. Naquela manhã em 1937, sexta-feira, eu cometi o maior erro que poderia cometer. Você se lembra daquele dia?

-Lembro que você chegou na hora do café da manhã, e disse que queria falar comigo.

-Sim. E se lembra de que enquanto conversávamos, você tomou um chá?

-Sim, agora eu lembro. A governanta me trouxe o meu chá de sempre naquela manhã. – Anne Katherine disse olhando pra ele.

-Esse chá estava envenenado com cicuta. Eu aproveitei uma distração sua e da governanta num momento, e coloquei o veneno no chá. Naquele momento, preferia vê-la morta do que com outro homem. Por isso, eu preciso do seu perdão.

-Você me matou? Foi você Brad? Você me tirou da minha família. Me impediu de ter uma vida. – disse chorando.

-Perdão. Eu estava tomado pelo ciúme. Perdão! – disse chorando.

-E Rebecka Jewett? Você causou a morte dela? – perguntou Anne Katherine.

-Não queria causar nenhum mal pra ela. Só queria estar perto dela, pra me sentir vivo. Queria me sentir vivo de novo. Confesso que me encantei por Rebecka. E naquela noite, me aproximei dela no quarto, e ela começou a passar muito mal. E quando ela caiu no chão morta, descobri que foi o veneno que havia em mim, que passou pra ela.

-Você é um monstro, Brad. Não se aproxime de mim! – gritou Anne.

Dean estava escutando toda a conversa e apareceu na hora, e atirou nele. Brad sumiu, e Anne Katherine estava chorando. Agora sabia de toda a verdade. Mas faltava ainda encontrar o seu caminho.


 

Já era de manhã quando Sam havia achado o túmulo de Brad Denson no cemitério de Milford. Ele havia telefonado pra Dean avisando que estava no cemitério.

Logo estavam cavando a sepultura. Enquanto isso, Anne Katherine observava os dois irmãos Winchester, e os ajudava vigiando o cemitério.

Era manhã, e poderia aparecer alguém ali.

Dean e Sam acharam o caixão, abriram e viram os restos mortais de Brad. Ele havia morrido em 1938, depois de se jogar com o carro de uma ponte. Enquanto eles jogavam sal grosso no esqueleto, Brad apareceu perto de Anne.

-Eu preciso do seu perdão.

Anne Katherine começou a entender que precisava se libertar do que a prendia. E por incrível que pareça, ela disse:

-Eu te perdoo, Brad Denson.

Nessa hora, os Winchester colocaram fogo nos restos mortais dele, que finalmente desapareceu pra sempre.

Anne olhou para Dean e Sam emocionada. Era uma despedida.

-Muito Obrigada! Agora estou livre pra seguir o meu caminho.

-Vá em paz! – disse Sam.

-Anne, quem sabe nos vemos ainda. Não é todo dia que encontro uma garota tão especial assim. – disse Dean com aquele sorriso safado.

Ela sorriu e respondeu:

-Se eu estivesse viva, até que aceitaria sair com você, Dean.

Sam sorriu e olhou para o irmão, que estava sem graça.

Anne Katherine Salle sorriu novamente para os irmãos Winchester, e caminhou pela rua até sumir no meio de uma luz. Finalmente, ela havia se libertado e encontrado o seu caminho no Plano Espiritual.

Dean e Sam observaram a cena e sorriram. Eles caminharam até o carro e entraram.

A manhã era fria em Milford, e eles estavam saindo da cidade. O som do carro foi ligado por Dean, e uma canção começou a tocar...


 


 Carry on my wayward on

There'll be peace when you are done

Lay your weary head rest

Don't you cry no more

No more


 

The End


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

Um comentário:

  1. Gostei muito da fic de Supernatural, você pegou bem o "espírito" ( com trocadilho, rsrrsss..) da coisa, muito legal mesmo, e o Dean hein, não respeita nem espírito, rsrsrs... ok, ele não sabia, mas enfim, parabéns, que a força esteja com você !!!

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